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Principal Atualizado em 24/07/20 - 8h46

Paulo Feitosa: ‘Fomos os primeiros a dar anticoagulante contra Covid-19’

Médico do Hran diz que remédio previne coágulos na circulação que dificultam a respiração

 

24/7/20  8:13 ARY FILGUEIRA, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: FÁBIO GÓIS

 

Chefe da unidade de pneumologia do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) – referência em atendimento a pacientes com Covid-19 – e integrante do Gabinete de Crise para Covid-19 criado pelo governador Ibaneis Rocha, o pneumologista Paulo Feitosa fala sobre Sars-Cov-2.

 

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É ele quem dá a boa notícia: entrevista: “Entre sexta-feira (24) e quarta-feira (29), a curva de contaminação de Covid-19 no Distrito Federal deverá começar a descer ladeira. O Hran não errou uma previsão. Todas foram em cima”.

 

Segundo o pneumologista, o Hran foi um dos primeiros hospitais do Brasil –- “se não o primeiro” – a introduzir a anticoagulação no tratamento a pacientes com Covid-19. “Em conversa com médicos italianos e chineses, descobrimos que as vítimas apresentavam coagulação na circulação, o que dificulta a respiração, principal causa de morte por Covid-19; então, passamos a tratar nossos pacientes mais graves com anticoagulantes”, conta.

 

Abaixo, veja os principais trechos da entrevista de Paulo Feitosa à Agência Brasília.

 

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Assista ao vídeo.

 

http://agenciabrasilia.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2020/07/WhatsApp-Video-2020-07-23-at-16.39.07.mp4?_=1

 

O tratamento a pacientes de Covid-19 iniciado em hospitais públicos continua quando eles recebem alta?

 

Existe no Hran o ambulatório de egressos. Serve para verificar se o paciente teve sequelas. São feitos exames de alta complexidade que vão dizer, por exemplo, se a função pulmonar do paciente voltou ao normal. Caso o paciente tenha alguma sequela, será acompanhado durante um tempo por um médico especialista para o seu tipo de problema.

 

Nossa rede pública de saúde é referência no atendimento da Covid-19, haja vista que nossos hospitais já receberam pacientes até da rede privada?

 

Sim. O tratamento que se dá aqui no Hran é semelhante ao de países ricos, mas vale ressaltar que a criação do Gabinete de Crise fez uma diferença fora do comum para a gente que está aqui na ponta, ou seja, que atende as pessoas já contaminadas.

 

Técnicas desenvolvidas no dia a dia em pacientes graves parecem funcionar, como a pronação [ato de virar a pessoa de barriga para baixo a fim de melhorar sua respiração]. O que o senhor diz delas?

 

A gente já faz isso há 90 dias. A pronação foi muito eficaz, porque evitou muitas intubações. Para isso contamos com os nossos experientes fisioterapêuticos. Temos aqui um plantão de intubação cujo número de acidentes foi zero. O Hran, inclusive, foi um dos primeiros hospitais do Brasil – se não foi o primeiro – que introduziu a anticoagulação no tratamento a pacientes com Covid-19.

 

Por que usar anticoagulante neste tipo de paciente?

 

Os médicos italianos fizeram necropsia e descobriram que as vítimas apresentavam coagulação na circulação, o que dificulta a respiração e causa a insuficiência renal. Chegamos a conversar com eles e com os chineses para pegar mais detalhes. Feito isso, passamos a tratar nossos pacientes mais graves com anticoagulantes. Funcionou porque temos a menor taxa de mortalidade por Covid-19.

 

Qual a diferença entre pacientes curados e recuperados?

 

É só uma questão de semântica. São palavras sinônimas. O nome cura ficou meio constrangido porque cura significa que você não vai ter mais a doença. E a gente não tem certeza disso.

 

Quando a curva de contaminação deve ser achatada e, em consequência, o número de novos casos deve começar a cair?

 

A gente está no platô da doença. Então, a tendência é que, entre sexta (24) e quarta-feira (29), a gente comece a descer a ladeira. O Hran não errou uma previsão. Todas foram em cima.

 

Já existe estudos a garantir que a Covid-19 deixa sequelas?

 

Sim. Existem pacientes no Hran com sequelas. As mais comuns são neurológicas e respiratórias.

 

É garantido que todo mundo que pegou a doença esteja imune?

 

Não. Não há como garantir isso. Houve pessoas que apresentaram quadro leve e não estão com imunidade comprovada no exame de sangue.

 

Nesta época de seca, os casos de problema respiratório aumentam. Diante de sintomas, a pessoa deve fazer o quê?

 

Nesta época você tem aumento de gripes e resfriados. Então, neste momento, em que a gente está no pico da pandemia, qualquer pessoa com dificuldade respiratória deve procurar assistência médica.

 

Onde ela procura?

 

Hoje a pessoa com suspeita de ter contraído Covid-19 tem várias opções na rede pública de saúde. Não só o Hran, mas Ceilândia (HRC), Gama (HRG) também possuem médicos experientes e preparados.

 

A ciência corre contra o tempo em busca de uma vacina para a doença. O Distrito Federal será uma das unidades da federação que terá voluntários para receber uma desenvolvida na China. O senhor está otimista nesta busca?

 

Estou bastante otimista. Deve ser a solução final da doença. A China hoje é o país mais capacitado para fazer a contenção do vírus. A vacina chinesa, que será testada aqui, e a desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, estão numa situação muito parelha. Certamente, elas darão a solução final para essa pandemia.

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