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Principal Atualizado em 20/08/20 - 9h45

Quase cem partos foram feitos no Hran desde o início da pandemia

Hospital é referência no atendimento a pessoas com a Covid-19

 

19/8/20  17:07 AGÊNCIA BRASÍLIA* | EDIÇÃO: RENATA LU

 

A insegurança e as incertezas de entrar em trabalho de parto durante o período de pandemia está sendo a realidade de muitas mulheres. Encarar uma doença nova como a Covid-19, que exige muitos cuidados, faz com que a ansiedade das gestantes aumente ainda mais no momento tão esperado da maternidade.

 

Ao todo, foram atendidas 1.027 gestantes suspeitas e confirmadas no pronto socorro da Ginecologia e Obstetrícia do Hospital da Asa Norte (Hran), referência para as gestantes com a doença no Distrito Federal. Dessas, 272 foram internadas para tratamento clínico por pneumonia e/ou trabalho de parto.

 

“Acredito que o Hran prestou um grande atendimento para essas mulheres. Nossa incidência de mortalidade é baixíssima e a grande maioria evoluiu muito bem”, avalia o médico ginecologista e chefe da unidade de Ginecologia e Obstetrícia do Hran, Marco Antônio Resende Sampaio. Os números mostram o sucesso do hospital nesse tipo de atendimento. Desde o início da pandemia, em março, foram feitos 95 partos, sendo dois partos de gemelares. Houve apenas três óbitos maternos e dois casos de bebês natimortos.

 

Com suspeita de estar com a Covid-19, Yorrane Bruna Santos da Silva, de 26 anos, teve a sua primeira filha no último dia 10 de agosto. Com 36 semanas de gestação, a moradora de Samambaia teve pré-eclâmpsia e buscou atendimento no Hospital Regional de Taguatinga, referência para esse tipo de atendimento na Região de Saúde Sudoeste. Neste hospital, e com a suspeita da doença, Yorrane foi encaminhada para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

 

“Depois que cheguei ao Hran fiquei bem mais calma. Desde o início, no primeiro atendimento, não tenho do que reclamar. Todos os funcionários estão de parabéns”, agradece a paciente que aguarda a alta médica dela e da bebê. “Estou com minha filha no quarto, amamentando, mas com todo cuidado, máscara, álcool em gel, pegar só na hora que precisa mesmo”, conta.

 

Possibilidade de complicações

 

Essa preocupação de Yorrane não é em vão. Uma vez infectada pelo novo coronavírus, a gestante precisa de cuidados redobrados pois há mais possibilidade de complicações. “A gente observou que estas gestantes tiveram sofrimento fetal com mais frequência, são pacientes que passam a ter risco de mortalidade neonatal, e por isso a vigilância tem que ser bem maior”, explica o médico Marco  Sampaio.

 

Os cuidados começam na chegada das pacientes, que são separadas entre aquelas que estão com suspeitas e as que já confirmaram a Covid-19. Todas passam por tomografia para verificar a situação dos pulmões.

 

Durante o tempo de internação são realizados exames para verificar a vitalidade fetal com mais frequência, para evitar ou diagnosticar o sofrimento fetal, como a ecografia e a cardiotocografia. “A Covid-19 também provoca alteração renal, alteração hepática, então é uma paciente que precisa receber um cuidado maior”, relata o médico.

 

Intubação

 

Foi criada, no Centro Obstétrico, uma sala com respirador e equipamentos para intubação das pacientes. Quando a paciente passa por esse procedimento, ela é encaminhada para o box de emergência ou para um leito de Unidade de Terapia Intensiva para receber os cuidados necessários, sendo encaminhada para a maternidade após melhora e alta dessas unidades. No Hran existe, hoje, um grupo só para realizar o procedimento de intubação, que é acionado diante de qualquer intercorrência e o atendimento é imediato.

 

Dentro da maternidade as puérperas também ficam separadas em suspeitas e confirmadas com Covid-19. Quando o exame apresenta resultado negativo, a paciente retorna para a região de saúde de origem. As pacientes que tiveram resultado positivo continuam sendo atendidas no ambulatório específico e, na medida em que elas vão evoluindo, voltam para as unidades básicas mais próximas.

 

Equipe

 

Se para as mães está sendo um momento tenso, para os profissionais da saúde também. Com o novo coronavírus as equipes precisaram aumentar os cuidados com a assepsia, especialmente com o processo respiratório, passar por muitos treinamentos, mudanças de rotina, fluxos e protocolos.

 

“A gente leva muito tempo se paramentar e desparamentar, sempre tendo o cuidado para a nossa equipe também não se contaminar. Ao mesmo tempo, é preciso lidar com a fragilidade das nossas pacientes, que já chegam aqui com medo, ficam receosas”, relata a supervisora de enfermagem da maternidade, Juliana do Nascimento Simão.

 

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Sendo o único hospital do DF a realizar os partos de pacientes com o coronavírus, as equipes precisaram superar o medo inicial de uma doença desconhecida para prestar um serviço de excelência. “Não tem sido fácil, mas a equipe superou a minha expectativa em relação ao engajamento, em relação ao entrosamento e tem havido uma integração muito grande entre a obstetrícia e as outras clínicas do hospital”, relata o chefe da Ginecologia e Obstetrícia, Marco Sampaio. “Esse entrosamento das equipes é que levou ao sucesso no atendimento também”, conclui.

 

*Com informações da Secretaria de Saúde

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